sábado, 29 de outubro de 2016

Resenha #23 | Resenha Parceira: Fugitivos, por Carlos Barros


Título: Fugitivos
Autor: Carlos Barros
Páginas: 647
Editora: Giostri
ISBN: 9781500257415

Sinopse: De onde vem a amizade? O que é necessário para se ter uma vida melhor?
Caio, um carioca de 15 anos, perdeu os pais em uma tragédia e foi morar com a avó em Belo Horizonte. Cheio de traumas, causados pelo incidente que vitimou sua família, ele não tem mais desejo de retomar sua vida. Fernanda, de 15 anos, protege seu irmão Jonas, de 11 anos, do temperamento violento do pai. Ela se apaixona por Caio, e este por ela. O sentimento que nutrem, será o catalizador de uma briga que colocará em risco a segurança dos dois. Gabriel, de 17 anos, e Bianca, sua irmã de 5 anos, perderam a mãe, por ela ser viciada e ter sofrido uma overdose, e o pai está preso. Ficam sob a tutela da Justiça e do irmão mais velho, de 20 anos, que apoia o pai em planos escusos para melhorarem de vida.
Em Fugitivos, acompanhamos o amor nascer entre Caio e Fernanda, e a força da amizade que surge entre os cinco jovens, de forma tão intensa, que o drama de cada um deixa de ser individual e passa a ser de todos. No momento em que suas histórias se misturam, eles precisam fugir para salvarem suas vidas. Nessa corrida emocionante, que atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Pernambuco, mais de dois mil quilômetros, iremos descobrir seus sonhos, seus medos, suas tristezas e suas alegrias, tudo envolto por muito suspense, perigo, romance e reviravoltas surpreendentes.


Se você procura uma montanha-russa de emoções, essa é a indicação certa. Fugitivos é uma história repleta de emoções: felicidade, tristeza, esperança, medo, raiva, cumplicidade... Todas as palavras do mundo são incapazes de expressar exatamente tudo o que senti durante essa leitura. É difícil falar sem soltar algum detalhe, então vem comigo que explico melhor ;)

A história é narrada em terceira pessoa e une o destino de 5 jovens adoráveis: Gabriel, Bianca, Caio, Fernanda e Jonas. Gabriel é o mais velho do grupo, tem 17 anos e é irmão da pequena Bianca, de apenas 5; Caio tem 15 anos e foi morar com a avó em Belo Horizonte após um trágico acidente envolvendo seus pais. Fernanda também tem 15 anos e é irmã de Jonas, de 11.

Como dito, Caio foi morar com a avó, dona Tereza, após um acidente terrível que levou seus pais. Ele também estava presente, no entanto conseguiu sobreviver. Cansado, machucado, depressivo e em um possível estado de choque, ele se vê obrigado a largar o pouco que lhe restou, no Rio, para começar uma nova vida num local completamente diferente do que estava acostumado.

Num certo dia, dona Tereza vai trabalhar na banca de revistas e Caio a acompanha. Ele senta no canto e folheia algumas HQs de seus super-heróis favoritos. O pequeno Jonas se aproxima, algumas páginas depois, e a amizade é quase instantânea. Entre a falação de Jonas e a surpresa de Caio, o pequeno o convida para ir até o campinho do bairro assistir ao jogo de futebol que está ocorrendo. O convite é aceito e eles se encaminham para lá. Entretanto, na subida, Caio nota que Jonas está mancando e que tenta disfarçar; ao ser questionado, o ruivinho desconversa.

Lá, Caio conhece Fernanda. Amor à primeira vista. Nenhum dos dois sabe explicar o que está acontecendo, mas são capazes de enxergar a dor por trás dos olhos do outro e só sentem vontade de ficarem próximos. O que eles têm é o típico comportamento inocente de dois adolescentes descobrindo o mundo: vergonha, desejo e uma felicidade que juram ser capaz de explodir o próprio peito.


Só que, em meio a esse momento, o pai dos irmãos chega. Os dois automaticamente ficam tensos e suam frio. Caio novamente percebe que tem algo errado, se prontifica para amenizar a situação e é instantaneamente afastado. Os irmãos insistem saber lidar com a situação e vão embora deixando o garoto sozinho. A verdade é que Renato, o pai, é um homem extremamente grosso e agressivo. Acho que já entenderam a que estou me referindo...


O jovem carioca demora horas para chegar em casa e sua avó (obviamente) fica preocupada. Manda Gabriel, que é seu ajudante na banca, ir atrás do neto. Ele procura pelo garoto, sempre acompanhado de Bianca, e o encontra no local em que foi deixado. Nesse momento a cumplicidade entre os dois nasce e uma possível amizade também.

O episódio chega ao fim e Caio se vê obrigado a enfrentar o primeiro dia de aula. A notícia boa é que ele e Fernanda ficarão na mesma turma... A ruim (uma delas) é que Eduardo, o melhor amigo de Fê, não a vê com esses olhos. Os dois garotos entram num arranca-rabo, a inimizade é criada e Fernanda se vê tendo que escolher entre os dois. Ela obviamente segue o coração e corta de vez a amizade com Edu.

Várias e várias situações ocorrem e o laço entre os amigos fica cada vez mais forte. É algo tão sincero e invejável que chega a ser impossível dar um passo sem esbarrar em alguma barreira de inveja. Em certos momentos sentimos necessidade de interromper a leitura, respirar fundo e beber uma água pra não surtar também.


Um exemplo disso foi quando, já em casa, Fernanda e Jonas passam por um grande perrengue. Acusações são feitas, gritos são dados, dedos são apontados... E Renato explode. Arrasta Jonas para o quarto e lhe aplica o castigo que acha necessário. Fernanda, sem poder fazer nada, senta no corredor e chora. 

Mas ficamos sabendo de um ponto curioso: ao ser questionado, Jonas diz aguentar todo castigo que lhe é aplicado por causa de sua irmã. Diz que não pode fazer nada contra seu pai ainda, mas que um dia será forte o suficiente para defendê-la de Renato. Bem... Não precisa ser nenhum gênio para concluir o que o garoto esconde. Mas, ainda assim, quando a confirmação chega... É como uma bomba.

Conhecemos outros personagens, tais como Mauro, irmão mais velho de Gabriel e Bianca; Paulo, pai dos três; e Wander, melhor amigo de Mauro. Além disso, também tomamos conhecimento da história de cada um. É uma mais perturbadora que outra. Eu, particularmente, cheguei a me perguntar como eles ainda tinham forças para permanecer de pé.

A situação entre os cinco amigos fica cada vez pior e eles se vêem na obrigação de tomarem uma atitude drástica. É aí que nos deparamos com a parte 2, a parte em que os jovens lutam por uma vida melhor e enfrentam toda e qualquer consequência que possa vir. Os dias que se passam fazem com que eles se tornem cada vez mais fortes, destemidos e leais. Chegam ao ponto de fazerem qualquer coisa pra manter os outros a salvo. E quando digo qualquer coisa, é realmente qualquer coisa...



É importante ressaltar que cada personagem possui sua importância. Nenhum é tratado de forma superficial. Além disso, todos eles possuem o seu desfecho. 

O cenário é totalmente brasileiro e isso é um ponto positivo. Por se tratar de uma cultura conhecida, a imersão ocorre muito facilmente.

A escrita é leve e simples, de modo que a leitura corre de forma rápida. Todas as referências utilizadas no enredo tem sua perninha puxada para uma explicação logo abaixo, assim ninguém fica boiando.

O autor foi bem sacana ao escrever esse livro. Foi com a intenção de emocionar alguns leitores e conseguiu arrancar o coração da maioria. Mas, apesar disso, sei que ninguém se arrependeu da leitura. Parabéns, Carlos! E muito obrigada por me dar a chance de ser sua parceira. Essa, sem dúvida, foi uma leitura inesquecível.



No Diário de Leitura, escolhi uma música que foi tema de um momento entre Caio e Fernanda. Dessa vez, escolho algo narra a segunda parte do livro:

4 comentários:

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